quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

As crenças e bruxarias.

  Com a falta da luz elétrica, as noites eram apavorantes por aqui. Só os pescadores saiam para pesca e as mulheres sentadas fazendo renda de bilros do lado uma lamparina para clariar. Perto da meia noite alguns recém nascidos começavam a chorar como se sentise alguma dor, as maes já imaginavam que eram bruxas atacando a criança. No outro dia cedo chamavam a benzideira que entendia de bruxaria ela chegava na casa    observava marcas roxas na criança dizia: oia só minha fia teu fio tá todo chupado pelas marvada, vou ti indica uma simpatía pra modi tu faze e sarva esti menino, tu pegas uma cueca do teu marido vira duaveso e ponhi dibaixo do traviseirinho dele a tisoura aberta tambem é bom, se tu ve arguma broboleta feia é elas que tão rondando a tua casa, tu pegas bastanti aio e arruda ismaga bem e ponhi atrás da porta du quarto. A benzideira então fazia uma reza: Eu ti benzo di quebrante e mau oiado em nome di deus e da virge maria. Colocava uma figa no pescoço da criança fazia um patuá (brebe) para espantar as bruxas. Era muito rotineiro ouvir casos sobre as bruxas, vou narrar alguns. Era comum dizer que as mulheres de cabelo branco  despenteado nariz grande, sem dentes e ceú da boca fundo essas  sim tinham as característica de ser uma bruxa. A noite elas pegavam os cavalos nos pastos e calopavam dando muitas gargalhadas, os pescadores ouviam e não tinham medo já estavam acostumados. Elas provocavam fazendo tranças nas colas dos cavalos embrulhavam as redes, escondiam as canoas e tudo que faziam era bem feito, os nós que elas faziam os pobres pescadores não conseguiam desmanchar. Tudo que acontecia de ruim diziam que era arte das bruxas. As benzideiras eram  senhoras muito respeitadas e ajudavam as pessoas  livrando-as das bruxarias.

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