quinta-feira, 7 de março de 2013

O manézinho da Ilha !

Antigamente o dinheiro era muito escasso, as pessoas trabalhavam nas lavouras e pesca. As moradias eram pequenas casas feitas de barro, bambu, sem assoalho e com telhas de calha ou palha. Não ofereciam nenhum conforto sem água encanada e sem luz elétrica. O pessoal da cidade tinham casas melhores de tijolos maciços. A casa de minha avó era muito simples só hávia um fogão e uma mesa com bancos feitos de  madeira, uma cama de casal com colchão de capim onde os pais dormiam. Os filhos dormiam  no chão forrado com esteiras, as panelas eram de barro ou ferro que faziam comidas saborosas. O ferro de passar roupas também era de ferro tinhamos que colocar brasa dentro para esquentar. Os banhos eram em gamela feita de madeiras como a família era grande e a agua  tinha que ser buscada muito longe, os banhos eram poucos só lavavam o principal  as vezes era preciso lavar duas pessoa na mesma água da gamela que era muito pequena, só tomavam banho por inteiro aos sabádos. As roupas eram poucas, faltava dinheiro para comprar tecidos por isso as mulheres tinham o costume de remendá-las. Hoje usamos esses remendos nas roupas de caipira para festas juninas. As mulheres  usavam chitas para confeccionar seus vestidos. Eram prendadas  bordavam, costuravam as roupas a mão e faziam muita renda de bilros, desde pequenas ajudavam as mães nos afazeres domésticos. O que não podia faltar nas casas era o pilão para socar o café que colhiam e torravam. Os peixes, as carnes tinham que escalar e secar ao sol, pois não tinha como congelar. A comida do manézinho era o pirão com peixe e frutos do mar, nos cafés serviam farofas de banana ou ovo, batata doce e aimpim. O pouco dinheiro que recebiam eram  de coisas que vendiam para o pessoal da cidade. Não podia faltar as ervas para chás, qualquer que fosse a dor sempre tinha um chá específico, era o unico meio de combater as "moléstias" assim dizia minha avó. Quando os chás não resolviam o jeito era ir procurar os curandeiros que eram famosos pelas garrafadas de remédios que faziam. E assim viviam os manézinhos antigos até chegar o progresso em Florianópolis e mudar tudo, as terras e praias foram valorizadas, o turísmo chegou dando emprego para muitas pessoas e a vida por aqui mudou muito, nossa ilha não é mais a mesma como antigamente deixando saudades dos velhos e autênticos manés.

domingo, 3 de março de 2013

O lobisomem..




Os lobisomens  eram  homens   que se transformavam em animais. Isto acontecia nas noites de lua cheia.  Seus animais preferidos para  a transformação eram cachorros e porcos. A noite os homens costumavam ir  nas poucas vendinhas do vilarejo hoje chamamos de bar.Sentados em bancos   enrolando um cigarrinho de fumo de corda na palha de milho,jogando conversa fora,contavam casos e o mais importante não podia faltar:  uma boa cachaça de barril. Só que todos usavam facão na cintura,mas não  tiham pretenção de brigar  com ninguém.  O facão era usado,caso encontrassem algumas coisas estranhas  no caminho de volta para sua casa. Havia um homem muito conhecido que  estava conversando com os amigos  na venda e de repente mudou completamente. Seu Isidoro perguntou;-Ué,o que tu tens manuéli tás todo vermeio i nervoso?Manueli  oiou o relójo da paredi e fartava uns minuto pra meia noite. Intão saiu correndo. O seu  Isidoro disse  Eu tó bem disconfiado  qui essi camarada segi lobisomi.Hogi é dia de lua cheia eu vou atrás  deli ve o que ista se sucedendo.Isidoro  seguiu Manueli quando chegou numa encruzilhada não  o avistou mais .Na sua frente viu foi um grande cachorro de olhos vermelhos e pronto para lhe atacar . Isidoro  se viu em apuros então gritou ; Váleime deus, nossa senhora e puxou o facão da cintura quando o cachorro viu o facão indo em sua direção aconteceu a transformação de cachorro para homem  gritando ;Não Isidoro não faz isso so eu o Manueli. Foi ai que ficou confirmado as suspeita que Manueli realmente era um  lobisomem.         Eu tenho outro caso para contar. Um homem saiu uma noite e a mulher ficou dormindo . Na madrugada ela escutou uns barulhos estranhos como se fosse porco roncando. A mulher levantou  pensando  que seus porcos  tivessem fugido do chiqueiro. Ela usava uma camisola muito comprida, não deu nem tempo de se trocar.Pegou uma lamparina,abriu a porta e saiu na rua . Avistou um porco e tentou  pegá -lo. Foi ai que o porco  atacou a mulher, rasgando  um pedaço de sua camisola. A pobre mulher muito assustada correu para dentro de casa fechando a porta .Em seguida seu marido bateu na porta,ela foi correndo abrir e viu que seu marido tinha em seus dentes os fiapos do tecido de sua camisola, então falou; Minha nossa sinhora és tu homi que mi atacasti tu é lobisomi . O homem pediu que ela não contasse para ninguém mais ela com raiva dele contou para a vinzinhaça toda. e ele continuou a ser lobisomem.As pessoas antigas diziam que o homem que não gostava de alho na comida era lobisomem e que as mães que tivessem  sete filhos homens seguidos teria que colocar o nome de Bento. O mesmo acontecia com as filhas  sete seguidas teriam que se chamarem Benta, para no futuro não serem bruxas.As transformações aconteciam sempre nas luas cheias da meia noite até a hora que o galo cantasse pela primeira vez.